Episodios

  • Cecília Olliveira: O que leva policiais a se tornarem milicianos
    Jun 7 2025

    O Ilustríssima Conversa recebe Cecília Olliveira, jornalista especializada em segurança pública e diretora do Fogo Cruzado, instituto que monitora tiroteios e produz dados sobre a violência armada.

    Em seu primeiro livro, Olliveira analisa as origens e as transformações das milícias do Rio de Janeiro, desde os esquadrões da morte da ditadura militar. A autora diz que, nas últimas décadas, as milícias ampliaram tanto seu leque de atividades quanto as áreas que dominam, mas não abandonaram a sua essência, as execuções.

    "Como Nasce um Miliciano" defende que essas organizações criminosas inventaram um modelo de negócio muito sofisticado, que pode se expandir para o resto do Brasil, e que as milícias não devem ser entendidas como um poder paralelo. Na verdade, ela diz, estamos diante de parcelas do próprio Estado que agem com o crime e para o crime.

    Nesta entrevista, a jornalista fala sobre a responsabilidade do governo estadual na expansão das milícias, a falta de uma política consistente de segurança pública no Rio e a necessidade de uma maior participação do governo federal na área.

    Olliveira também discute as razões que levam um policial a se transformar em miliciano. A autora explica as falhas na formação dos oficiais e diz que, hoje, o dinheiro pode importar menos que o desejo de parar de receber ordens e ser humilhado em quartéis para, como parte das milícias, ter status social e afirmar ideais de honra, masculinidade e virilidade.

    • Produção e apresentação: Eduardo Sombini
    • Edição de som: Lucas Monteiro e Raphael Concli

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    43 m
  • [Conteúdo Patrocinado] Podcast 'Pra Falar de Educação' debate os desafios da aprendizagem de matemática
    Jun 4 2025

    O cenário atual da aprendizagem de matemática no Brasil é alarmante: avaliações nacionais e internacionais mostram que a maioria dos estudantes brasileiros não chega ao final da educação básica com capacidade de resolver problemas matemáticos simples.

    Sem as habilidades necessárias para interpretar dados e informações, esses futuros profissionais terão problemas não só no mundo do trabalho como em sua rotina diária.

    Para analisar esses dados e, principalmente, discutir as alternativas possíveis para revertê-los, o Estúdio Folha, ateliê de conteúdo patrocinado da Folha, e o Sesi-São Paulo, produziram a série de podcasts "Pra Falar de Educação".

    No primeiro episódio, a jornalista Marta Avancini conversa com o economista Ernesto Farias, diretor executivo do Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), Adilson Dalben, supervisor de Projetos de Formação do Sesi-São Paulo e coordenador da Pós-Graduação em Educação Matemática, e Laôr Fernandes, gerente de projetos educacionais do Sesi-SP e coordenador do Sesi para Todos.

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    49 m
  • Renato Ortiz: Influenciadores são prisioneiros de seus seguidores
    May 24 2025

    Como entender o significado de influenciador, neologismo que se tornou corriqueiro com a ascensão das redes sociais?

    O sociólogo Renato Ortiz, professor titular da Unicamp, contrapõe os influenciadores aos intelectuais, aos mediadores simbólicos —categoria que inclui os jornalistas— e às celebridades para refletir sobre o que há de novo nas engrenagens desse universo digital.

    Esse é o espírito de "Influência", ensaio recém-lançado em que sustenta que os influenciadores são prisioneiros da digitalidade que lhes permite existir —ou seja, estão confinados aos seus nichos de atuação na internet e são extremamente dependentes dos seus seguidores.

    Os influenciadores são ambiciosos, diz Ortiz, e acreditam que podem determinar o destino humano. O retrato que emerge da sua reflexão, ao contrário, aponta que a influência digital é muito menos grandiosa do que parece à primeira vista e que quem atua nesse campo se depara com uma condição efêmera, o que demanda um trabalho constante para manter os laços com os influenciados e não ser deixado para trás.

    • Produção e apresentação: Eduardo Sombini
    • Edição de som: Raphael Concli

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    41 m
  • José Eli da Veiga: Economistas ainda pensam em crescimento eterno
    May 10 2025

    Nem abandonar a ideia de crescimento econômico nem confiar nela cegamente.

    José Eli da Veiga, professor sênior do Instituto de Estudos Avançados da USP, recorre a essa dupla negativa para sintetizar sua análise em "O Antropoceno e o Pensamento Econômico", terceiro volume de sua trilogia sobre as ciências e as humanidades em um período de crise climática e transformação acelerada do planeta pela sociedade.

    No livro, o intelectual revisita escolas e pensadores à margem do mainstream da economia para sustentar que a disciplina não acompanhou o avanço da fronteira do conhecimento e ainda passa ao largo, por exemplo, da teoria da evolução e da física moderna.

    Em razão disso, Veiga argumenta, o pensamento econômico ignora os fluxos de energia e matéria envolvidos no processo de produção, o que faz com que economistas concebam um crescimento eterno e não se preocupem com as condições de vida das gerações futuras.

    Neste episódio, o pesquisador fala sobre as ideias de crescer decrescendo e decrescer crescendo, um caminho do meio entre manter o modelo atual e as propostas de decrescimento da economia.

    Veiga também discute o impasse em fóruns multilaterais dedicados à crise ambiental, como as COPs. Para ele, negociações entre as corporações e os governos responsáveis pela maior parte das emissões de gases do efeito estufa teriam mais resultado que encontros anuais com a participação de mais de uma centena de países.

    • Produção e apresentação: Eduardo Sombini
    • Edição de som: Raphael Concli

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    45 m
  • Juliano Spyer: O que explica o crescimento evangélico no Brasil
    Apr 26 2025

    Muito se falou sobre os evangélicos nos últimos anos —talvez, com ainda mais força, desde o governo Bolsonaro, quando bispos e pastores viraram personagens onipresentes da cobertura política.

    No entanto, para Juliano Spyer, antropólogo e colunista da Folha, persiste um desconhecimento sobre o mundo dos crentes ou um preconceito deliberado, que associa à fé evangélica à manipulação de pessoas desesperadas e minimiza a importância do segmento na definição dos rumos do Brasil.

    Neste episódio, Spyer apresenta uma espécie de guia para entender o fenômeno evangélico no Brasil, o mesmo espírito do livro "Crentes: Pequeno Manual sobre um Grande Fenômeno", publicado em coautoria com Guilherme Damasceno e Raphael Khalil.

    Na entrevista, o pesquisador diz que o segmento é muito heterogêneo —e precisa ser visto a partir da sua multiplicidade— e aponta as raízes do forte crescimento das igrejas evangélicas no Brasil nas últimas décadas.

    Spyer também discute a LGBTfobia e o machismo nas igrejas e fala sobre a dificuldade da esquerda em dialogar com o público evangélico.

    • Produção e apresentação: Eduardo Sombini
    • Edição de som: Raphael Concli

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    45 m
  • Arlene Clemesha: Judaísmo vive crise de consciência com genocídio em Gaza
    Apr 12 2025

    Arlene Clemesha, professora de história árabe da USP, é uma das mais conhecidas vozes críticas à ofensiva militar de Israel em Gaza e, de forma mais geral, ao sionismo, a ideologia política de defesa do Estado judeu no Oriente Médio.

    Em "Marxismo e Judaísmo: História de uma Relação Difícil", o foco da sua análise, no entanto, é outro: a historiadora se volta a como movimentos marxistas e socialistas lidaram com a questão judaica até as vésperas da Primeira Guerra Mundial, período em que o antissemitismo tinha feições diferentes e o sionismo, menos força.

    Na entrevista, Clemesha fala sobre as transformações do antissemitismo nos séculos 19 e 20 e defende que a necessária condenação desse tipo de preconceito não deve ser usada para silenciar críticos de Israel.

    A pesquisadora diz considerar que o país está cometendo um genocídio de palestinos na Faixa de Gaza e explica por que pensa que a solução de um só Estado, que una israelenses e palestinos, pode até ser o caminho mais simples para a paz na região —lembrando que, hoje, qualquer proposta parece completamente irrealizável.

    Israel nega as acusações de genocídio contra palestinos. Em defesa na Corte Internacional de Justiça, o país declarou que uma guerra trágica está em curso na Faixa de Gaza, não um genocídio, e que acusar Israel desse crime é uma leitura distorcida do direito internacional.

    • Definição de antissemitismo da IHRA (Aliança Internacional para a Memória do Holocausto)
    • Declaração de Jerusalém sobre o Antissemitismo

    • Produção e apresentação: Eduardo Sombini
    • Edição de som: Raphael Concli

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    53 m
  • Sérgio Costa: Esquerda precisa oferecer imagem de mundo melhor
    Mar 29 2025

    Muito já foi escrito sobre os rumos da política brasileira nas últimas décadas. Encontrar um ângulo original de análise é talvez um dos maiores desafios para quem se dedica a esse campo de pesquisa.

    Sérgio Costa, professor de sociologia da Universidade Livre de Berlim e codiretor do Mecila, centro de pesquisas sobre convivialidade e desigualdade na América Latina, buscou um caminho tentando analisar, ao mesmo tempo, as mudanças —ou os medos que cercam possíveis mudanças— nas hierarquias sociais e as escolhas eleitorais de pessoas e grupos.

    No recém-lançado "Desiguais e Divididos: uma Interpretação do Brasil Polarizado", Costa entrelaça as dimensões de gênero, raça, renda e sexualidade para pensar as desigualdades brasileiras e constrói uma narrativa ampla da tumultuada história política recente do país, desde o governo Lula 1.

    • Produção e apresentação: Eduardo Sombini
    • Edição de som: Raphael Concli

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    48 m
  • Lenin Bicudo: Por que a homeopatia ainda é popular no Brasil
    Mar 15 2025

    No Brasil, se consultar com um homeopata ou tomar "bolinhas" de homeopatia para lidar com alguma condição médica não é incomum.

    Também é comum se deparar com questionamentos sobre a eficácia da homeopatia. Mas o que explica a sobrevivência da prática ao longo de séculos de forte avanço da chamada medicina tradicional —e por que tantos médicos e pacientes se engajam com a homeopatia, apesar de não haver comprovação de que os glóbulos funcionem?

    Essas questões estão no cerne de "Cultura Homeopática: uma Investigação sobre a Comunicação do Desconhecimento", livro recém-lançado do sociólogo Lenin Bicudo Bárbara.

    Doutor pela USP, Bicudo discute neste episódio as bases da homeopatia e apresenta os principais marcos da sua história no Brasil, como a aproximação com o espiritismo kardecista, o papel de generais no reconhecimento da homeopatia como especialidade médica e as estratégias usadas para preservar a legitimidade da prática e o mercado de seus profissionais.

    • Produção e apresentação: Eduardo Sombini
    • Edição de som: Lucas Monteiro

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    41 m
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