Episodios

  • Carta Março/25: Será o fim da Pax Americana?
    Apr 10 2025

    Caros(as) cotistas e parceiros(as),


    Abril começou marcado pela incerteza com o anúncio das novas tarifas impostas pelo governo Trump, aumentando em 10% todas as importações e de maneira ainda mais agressiva sobre China. Esse movimento provocou uma reação imediata nos mercados, intensificando preocupações com uma possível recessão global, destacada pelo aumento significativo nas projeções de recessão dos EUA feitas por instituições como Goldman Sachs e JP Morgan. Os impactos dessas tarifas são múltiplos: pressão inflacionária, redução no consumo, queda nas margens corporativas e incertezas sobre a atuação futura do banco central americano (FED).


    Do outro lado do mundo, a China pode sofrer reduções no crescimento do PIB e nas exportações devido às tarifas, porém já sinaliza a adoção de estímulos fiscais e retaliações comerciais próprias para conter danos e reequilibrar sua economia rumo ao consumo interno. Para o Brasil, o impacto é ambíguo e relativamente limitado: apesar da taxa negativa aplicada às exportações brasileiras, setores como o agronegócio poderiam ganhar mercado, enquanto a desaceleração global pode pressionar negativamente os preços das commodities e limitar o crescimento interno.

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    10 m
  • Carta Fevereiro/25: Esperando no Outside
    Mar 11 2025

    Caros(as) cotistas e parceiros(as),

    Uma das imagens mais emblemáticas das Olimpíadas de Paris 2024 foi de Gabriel Medina. O surfista executou um tubo impecável seguido de um aéreo, garantindo a maior nota da história do surfe olímpico: 9.90. Ao sair da onda, ele saltou da prancha e ergueu o dedo em sinal de vitória, criando uma imagem eternizada pelo fotógrafo Jérôme Brouillet. Porém, Medina não conseguiu conquistar o ouro olímpico. Na semifinal, contra o australiano Jack Robinson, Medina ficou esperando no outside e a onda simplesmente não veio.

    Assim como Medina precisou esperar pacientemente pelas ondas certas, nos mercados financeiros também é essencial aguardar as melhores oportunidades. No Brasil, essa espera pode ser longa e desgastante, mas acreditamos estar próximos de um ponto de inflexão relevante. Três fatores sustentam nossa visão cautelosamente otimista: 1) nível atrativo de preços dos ativos brasileiros, 2) perspectiva de um dólar global mais fraco do que o antecipado, beneficiando países emergentes, e 3) início do novo ciclo eleitoral, que poderia estimular expectativas positivas.

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    8 m
  • Carta Janeiro/25: Homo Techne
    Feb 6 2025

    Caros(as) cotistas e parceiros(as),

    O que potencialmente poderia dar certo? Nos últimos meses (talvez anos), nos desacostumamos a fazer essa pergunta. Em seu novo livro, Reid Hoffman, cofundador do Linkedin e investidor em tecnologia, discute a inevitabilidade da inovação tecnológica, destacando que, apesar dos riscos inerentes, o impacto positivo da adoção da inteligência artificial (IA) tende a superar os desafios.

    E por aqui, o que poderia dar certo? Por enquanto, as boas notícias vêm de fora. A melhora dos preços dos ativos reflete mais um ajuste às condições externas do que uma recuperação nos fundamentos. A combinação de dólar mais fraco, inflação e juros mais baixos pode ser muito positiva para os mercados emergentes, incluindo o Brasil. Mas esta é uma pergunta recorrente em nossas discussões.

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    9 m
  • Carta Dezembro/24: O retorno do rei
    Jan 7 2025

    Caros(as) cotistas e parceiros(as),

    No dia 20 de janeiro, Donald Trump tomará posse como o 47º presidente dos Estados Unidos. Uma das primeiras grandes questões será a possível imposição de tarifas sobre importações. Caso Trump intensifique medidas que priorizem os interesses econômicos dos EUA em detrimento da integração global, o mundo pode se tornar mais fragmentado, acelerando a tendência de multipolaridade. Nesse cenário, outras potências e blocos regionais podem buscar maior autonomia e alianças estratégicas alternativas, reduzindo a influência absoluta dos Estados Unidos.

    Por outro lado, há uma tese oposta: um mundo mais unipolar, onde os EUA reafirmam sua posição dominante. O estilo confrontacional de Trump pode desencorajar desafios diretos à liderança americana, consolidando ainda mais o poder econômico e tecnológico dos EUA. Além disso, fatores estruturais podem favorecer essa concentração de poder. A revolução tecnológica impulsionada pela inteligência artificial e a supremacia dos semicondutores de empresas como a Nvidia podem ampliar ainda mais essa vantagem competitiva.

    Por que isso importa? Historicamente, no longo prazo, moedas seguem o crescimento econômico de seus países emissores. O dólar tem se fortalecido consistentemente, refletindo o desempenho superior da economia americana.

    Um dólar excessivamente forte pressiona moedas de economias emergentes, elevando a inflação local e dificultando cortes de juros por parte de bancos centrais ao redor do mundo. Se essa dinâmica persistir, o atual ciclo de afrouxamento monetário pode ser interrompido – ou até revertido.

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    9 m
  • Carta Novembro/24: As Duas Batalhas
    Dec 6 2024

    Caros(as) cotistas e parceiros(as),


    Os mercados financeiros frequentemente funcionam como barômetros de confiança global, avaliando em tempo real decisões políticas, eventos geopolíticos e riscos econômicos. Embora não sejam perfeitos, tendendo a reações de curto prazo, eles recompensam previsibilidade e estabilidade, enquanto penalizam incertezas e riscos excessivos.


    Hoje, duas "batalhas" principais moldam o comportamento dos mercados: a crescente tensão comercial entre Estados Unidos e China, e os desafios fiscais enfrentados pelo Brasil. Ambas têm implicações significativas para a economia global e para nossos portfólios. Os mercados financeiros podem enviar sinais das respostas sobre essas políticas. A forma como os governantes reagem pode determinar o desempenho dos ativos em 2025.

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    9 m
  • Carta Outubro/24: O mundo mudou?
    Nov 13 2024

    Caros(as) cotistas e parceiros(as),


    O evento recente mais importante para os mercados (e para a geopolítica global) foi a eleição do Presidente Donald Trump nos Estados Unidos. Para alguns, este era um cenário de cauda, representando um risco muito grande para os mercados e o mundo. Porém, não houve tumulto e tudo aponta para uma transição tranquila entre Democratas e Republicanos. Desde a primeira eleição à presidente de Trump até o final de 2019 (para isolarmos a pandemia), será que os mercados se comportaram bem? A bolsa americana (S&P500) subiu 50%, a chinesa (MSCI China) mesmo com a guerra comercial subiu 42% e o Ibovespa, 50%. Nada mal.

    Para os mercados, um dos assuntos que mais impactam mercados emergentes é a potencial implementação de (mais) tarifas de importação. A China, principal alvo do presidente eleito, seria a mais prejudicada. Durante a campanha, Trump mencionou a possibilidade de implementar tarifas de 60% contra todos os produtos chineses. Alguns economistas estimam que esse aumento poderia ter um impacto negativo de 300bps no crescimento chinês em um ano, considerando efeitos diretos e indiretos (redução no consumo e investimentos de empresas, por exemplo). Porém, quando olhamos as exportações chinesas nesses últimos anos, parece que pouca coisa mudou.

    Seguiremos atentos para mais informações sobre as políticas do novo governo americano e novos estímulos na China.

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    9 m
  • Carta Setembro/24: O Um Corte
    Oct 8 2024

    Caros(as) cotistas e parceiros(as),


    Em setembro, o movimento mais aguardado do mês foi um corte de juros acima das expectativas do Fed, banco central americano. E o evento mais inesperado foi a sequência de vários anúncios de estímulos na China, menos de uma semana depois do Fed.


    Considerando os anúncios de estímulos na China nas últimas semanas, questionamos se de fato o crescimento chinês relativo ao americano vai voltar a acelerar ou se as medidas almejam somente estabilizar o crescimento nos patamares atuais. De qualquer forma, o ponto mais relevante é que depois de 4,5 anos, o Fed voltou a cortar juros. Essa deveria ser uma ótima notícia para os ativos de risco pelo mundo. O corte de juros nos Estados Unidos (o Um Corte) permite que outros bancos centrais pelo mundo cortem os juros também.

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    9 m
  • Carta Agosto/24: Subir ou não subir?
    Sep 5 2024

    Caros(as) cotistas e parceiros(as),


    Uma das principais discussões do mercado atualmente é se o Banco Central Brasileiro (BCB) deveria ou não subir os juros na próxima reunião do Copom no dia 18/set. Há também uma preocupação sobre qual seria o impacto disso na bolsa brasileira.


    Aqui, vale a pena refletirmos sobre alguns aspectos diferentes: 1) Historicamente, não há uma relação clara entre o aumento da taxa SELIC pelo BCB e um impacto negativo imediato no mercado de ações. 2) Um dos motivos alegados pelos economistas para a alta da SELIC é que a economia está mais forte que o esperado, com a taxa de desemprego muito baixa. Para as ações, o crescimento econômico não é um evento necessariamente negativo. Pelo contrário. Como esperado, há uma alta correlação entre as estimativas de receita do Ibovespa e o crescimento histórico do PIB no Brasil. 3) É bem provável, baseado nas expectativas de mercado, que o Fed (banco central americano) comece a cortar juros horas antes da decisão do BCB no dia 18/set. Aqui, o principal debate é sobre o tamanho do corte (25 ou 50bps) e qual a sinalização sobre a trajetória da política monetária.


    E aí, sobe ou não sobe? Se subir a bolsa cai?

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    7 m
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