
Polarização política envolvendo publicidade com atriz Sydney Sweeney nos EUA repercute na França
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Revistas francesas abordam esta semana a polêmica envolvendo uma publicidade estrelada pela atriz norte-americana Sydney Sweeney, que dividiu opiniões, levantando críticas por supostamente ser eugenista e sexista e sendo elogiada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A eugenia foi utilizada pelo nazismo durante a Segunda Guerra Mundial e segue a ideia de que existe uma raça superior.
O alvo das críticas é o nome da campanha feita pela marca de roupas American Eagle, cujo slogan é "Sydney Sweeney Has Great Jeans" (que em tradução literal significa "Sydney Sweeney tem ótimos jeans").
A frase faz um trocadilho entre o tecido “jeans” e “genes”, que em inglês se refere ao material genético. A pronúncia das duas palavras é muito parecida em inglês.
Diante da grande repercussão, a revista francesa Nouvel Obs traça um breve perfil da atriz, repassando sua carreira, que inclui produções como a premiada série Euphoria, até o início da polêmica envolvendo a publicidade estrelada por ela.
Para a l'Obs, “a extrema direita fez dela sua musa, vendo em sua popularidade o sinal da morte da cultura woke e o retorno a uma época em que era possível sexualizar as mulheres sem ser mal visto”.
No inglês, woke significa literalmente "acordei", sendo o tempo passado do verbo wake. Mas, no contexto atual dos debates sociais, o termo também se refere ao que seria politicamente correto, resumidamente, e é justamente daí que vem a divergência entre esquerda e direita.
“Adoro o anúncio dela", declarou Donald Trump no início de agosto, cita a revista. Em sua rede social Truth, o presidente escreveu: "O vento mudou bastante de direção. Ser woke é para os perdedores, republicano é o que queremos ser”.
A Nouvel Obs também lembra que Sweeney, de 27 anos, tem sido alvo constante de hipersexualização ao longo de sua carreira e que “nas redes sociais, seu corpo é comentado e dissecado”.
Sintoma "das guerras culturais"Já a revista L’Express destaca a mobilização que o assunto gerou nas redes sociais, ganhando uma dimensão política, reforçada após a declaração de Donald Trump. Em tom crítico, a publicação francesa traça um paralelo entre o tédio e a hiperexposição atual.
“Como mostrou um estudo publicado pela Communications Psychology, as pessoas relatam estar cada vez mais entediadas na era digital. A ponto de se apaixonarem por uma figura populista como Donald Trump, por gosto pelo drama. E até se exaltar com um anúncio de jeans”.
Nesse contexto, o artigo diz que a controvérsia em torno da campanha publicitária foi “o suficiente para causar furor na internet”.
“Do lado conservador, a atriz é elevada ao patamar de ícone por ter ‘assinado a morte da cultura woke’. Do lado progressista, Sweeney teria se rebaixado ao adotar os códigos do ‘patriarcado’, chegando até mesmo a defender a eugenia. Uma polêmica vazia, mas sintomática das guerras culturais da época”, conclui a publicação.