Episodios

  • Papa Francisco, um “anti-Trump”: “O homem que apela ao melhor das pessoas, quando Trump apela ao pior”
    Apr 24 2025

    Jorge Mario Bergoglio foi o primeiro Papa latino-americano, o primeiro jesuíta a chegar ao topo da Igreja Católica e, a par do seu humanismo e progressismo, levou até ao Vaticano uma visão do mundo vinda das “periferias” – da fé, da sociedade e também das geográficas, do que hoje se chama de Sul Global.

    Poucos dias após a sua morte, aos 88 anos, Teresa de Sousa e Carlos Gaspar discutem o seu legado, o seu “exemplo”, os debates “impossíveis” que começou na Igreja, mas também o seu posicionamento controverso sobre a invasão russa da Ucrânia ou as relações com a República Popular da China.

    Num pontificado acompanhado pela ascensão dos populismos, da xenofobia, da extrema-direita e da guerra, qual é hoje a verdadeira influência do Papa e da Igreja Católica nas relações internacionais?

    “Francisco conseguiu, a nível mediático, [representar] a ideia de um ‘anti-Trump’”, diz Teresa de Sousa no episódio desta semana do podcast Diplomatas.

    “Ele era a figura que mais rebatia, pelo seu exemplo, a ideia dos autocratas e dos que se vêem a si próprios como homens fortes”, defende a jornalista. “Ele encarna muito a figura do anti-Trump, do homem bom, do homem que apela ao melhor das pessoas – quer sejam americanos, europeus ou latino-americanos –, quando Trump apela ao pior das pessoas.”

    Neste episódio, discutiu-se ainda a disponibilidade do Governo dos Estados Unidos para reconhecer a anexação russa da Crimeia, aceitar o congelamento da linha da frente na sua configuração actual e proibir a entrada da Ucrânia na NATO no futuro.

    O reconhecimento da anexação da península ucraniana pela Federação Russa, em 2014, seria “uma ruptura com o mais antigo dos princípios da diplomacia norte-americana, que vem dos tempos do isolacionismo, que é a de não tomar posição em relação a disputas territoriais”, sublinha Carlos Gaspar.

    “Do ponto de vista da diplomacia americana, é uma viragem importante. Nem sequer a China reconhece a anexação da Crimeia”, nota o investigador do IPRI-NOVA. “É uma concessão excessiva e difícil de explicar.”

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    38 m
  • EUA questionam universidades portuguesas: “Os intelectuais e o conhecimento são o inimigo natural de todos os regimes autoritários”
    Apr 17 2025

    “Pode confirmar que a sua organização não trabalha com entidades associadas a partidos comunistas, socialistas ou totalitários, ou a qualquer partido que defenda crenças antiamericanas?”

    No episódio desta semana do podcast Diplomatas tentámos perceber a lógica desta e das outras 35 perguntas que o Governo dos Estados Unidos enviou a diversas faculdades portuguesas, incluindo o Instituto Superior Técnico, assim como da decisão da Administração Trump de congelar 2,2 mil milhões de fundos federais para a Universidade de Harvard por recusar a sua “lista de exigências”. E a reacção do Governo português aos questionários ideológicos foi acertada ou tímida?

    Regressando ao tema do momento na frente internacional, a jornalista Teresa de Sousa e o investigador Carlos Gaspar voltaram a olhar para os últimos desenvolvimentos da guerra tarifária e para o posicionamento que a União Europeia vai ter de assumir na grande competição geopolítica entre os EUA e a República Popular da China.

    E reflectiram ainda sobre o que os bombardeamentos russos à Ucrânia em Dia de Ramos nos dizem em relação à estratégia negocial de Vladimir Putin sobre o conflito e sobre as movimentações em Washington, em Paris, em Roma e em Teerão relacionadas com o programa nuclear do Irão.

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    42 m
  • Trump e a guerra tarifária: “O fim da globalização é agora oficial”
    Apr 10 2025

    Donald Trump passou das palavras aos actos e anunciou taxas alfandegárias “recíprocas” para todo o mundo. Aliados, adversários, analistas, economistas e bolsas vão sucumbindo, uns mais atónitos que outros, sob o peso da inconsistência das traves-mestras do alegado “Dia da Libertação” dos Estados Unidos. Mas o Carlos Gaspar vê “coerência” na “estratégia de destruição da ordem internacional americana” liderada a partir de Washington.

    “Há aqui um padrão, desde o princípio, não é só um método de crise: o Presidente dos EUA está constantemente a criar situações de crise e tem a iniciativa estratégica para, passo a passo, ir destruindo a ordem internacional e o modelo de globalização que os EUA criaram a seguir à II Guerra Mundial”, diz o investigador do IPRI-NOVA no episódio desta semana do podcast Diplomatas.

    “O fim da globalização é agora oficial, com o decreto das tarifas, e é mais um pilar da ordem americana que é deitado abaixo”, insiste. “Não é apenas no domínio da Defesa e da Segurança. Agora é também o modelo americano da globalização que é posto em causa e, eventualmente, a própria posição do dólar como moeda de referência internacional.”

    Sobre a retaliação célere da China, o Carlos Gaspar resume de forma simples: “A resposta é inteiramente previsível. O secretário-geral do Partido Comunista da China não pode não responder taco-a-taco ao Presidente dos Estados Unidos. É uma questão de sobrevivência política.”

    Lembrando alguém que descrevia a guerra tarifária de Trump como um “Inverno nuclear económico autoinfligido”, a Teresa de Sousa lamenta que o tema tarde em entrar na campanha eleitoral em Portugal.

    A jornalista explica o fenómeno com a “terrível tendência que nos ficou incrustada nos genes desde o ‘orgulhosamente sós’ de Salazar”, que é “esta incapacidade da nossa classe política dirigente de olhar para nós como uma pequena economia aberta, democrática, aberta ao mundo”, que joga à escala europeia e mundial, e que tem na Europa “uma parte fundamental para a defesa dos nossos interesses, do nosso modo de vida e do nosso bem-estar social”.

    “Quando a União Europeia enfrenta uma dupla mudança radical da sua vida, a mudança geopolítica com a ruptura entre os dois lados do Atlântico (com a ameaça russa) e agora uma ruptura geoeconómica, como é que aqui em Portugal nenhum dos dois partidos que nos devem governar alternadamente [PSD e PS] consegue ter um raciocínio lógico e realista sobre o que se está a passar?”, questiona.

    Sobre o encontro agendado para o próximo sábado entre representantes dos EUA e do Irão, mediado por Omã, para se discutir o programa nuclear iraniano, o Carlos Gaspar nota comparações com o método de negociações norte-americanas sobre a guerra na Ucrânia.

    “O Presidente dos EUA quer pôr fim à guerra na Europa e pôr fim à guerra no Médio Oriente; e que está disposto a pagar um preço alto aos seus adversários para garantir esse resultado”, defende.

    Ainda sobre a Ucrânia, e, concretamente, sobre a incursão das suas Forças Armadas na província russa de Belgorod, a Teresa de Sousa realça que as Forças Armadas ucranianas “estão muito, muito, muito, muito longe de estar numa situação aflitiva” e acredita que os desenvolvimentos dos últimos meses fizeram com que as chefias militares e políticas do país invadido pela Rússia sejam agora mais “proactivas” e menos dependentes “das orientações americanas, como no tempo de Biden”.

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    37 m
  • Extrema-direita por linhas tortas: “Le Pen mente muito bem, Trump mente muito mal”
    Apr 3 2025

    O cenário político-eleitoral em França sofreu um abalo profundo. Marine Le Pen, figura de proa da extrema-direita francesa e candidata presidencial crónica daquele campo político, foi condenada a quatro anos de prisão e proibida de concorrer a cargos públicos durante cinco anos por desvio de fundos da União Europeia. Ou seja: a União Nacional terá de encontrar outro candidato para as presidenciais de 2027.

    “Le Pen mente muito bem, Trump mente muito mal. É essa a grande diferença”, sinaliza a Teresa de Sousa, dando conta do processo de “desdiabolização” da União Nacional (ex-Frente Nacional) liderada por Marine Le Pen, que lhe permitiu chegar onde chegou para agora sofrer “uma grande derrota”.

    No episódio desta semana falámos ainda sobre ambições de “expansão territorial” da Administração Trump, nomeadamente para a Gronelândia, território semi-autónomo dinamarquês, que Carlos Gaspar diz ter até uma “dimensão mitológica”, para além do revisionismo gritante.

    Ainda no campo da política externa norte-americana, sobre a alegada “irritação” de Trump com Putin, por este não estar minimamente interessado num cessar-fogo na Ucrânia, Teresa de Sousa diz que o Presidente dos EUA “já ofereceu toda a espécie de cedências possíveis e imaginárias” ao seu homólogo russo, porque “Trump vê o mundo como Putin vê: com uma divisão de zonas de influência entre as grandes potências (…) e onde não há fronteiras invioláveis”.

    Para fechar, assinalámos a clareza com que o Pentágono assumiu como prioritário que os EUA garantam que a República Popular da China não toma Taiwan pela força e a resposta de Pequim a esta posição, lançando exercícios militares de larga escala em redor da ilha que reivindica como sua.

    “Trump está ao lado da Rússia de Putin, mas está contra a China de Xi Jinping e há uma linha de continuidade, rara e fundamental, em relação ao Presidente Biden”, nota Carlos Gaspar. “Mas não sabemos se os Estados Unidos têm efectivamente capacidade para dissuadir a China de invadir Taiwan ou se a China está preparada para aproveitar o momento.”

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    41 m
  • A guerra de Trump ao “inimigo interno” dos EUA é “típica dos agentes totalitários”
    Mar 27 2025
    O plano da Administração Trump para moldar a democracia dos Estados Unidos em redor das ideias e dos interesses do culto extremista e nacionalista MAGA continua a ser implementado a uma velocidade extraordinária. Definida pelo vice-presidente norte-americano, J.D. Vance, como uma guerra contra o “inimigo interno” que reside dentro das fronteiras dos EUA, a nova ordem trumpiana já está a afectar tribunais, órgãos de comunicação social, universidades, imigrantes e a própria liberdade de expressão. “Há uma agenda interna, a tal luta contra o ‘inimigo interno’, que vai desde as universidades até às escolas, ao Departamento de Educação, às agências de assistência externa e à pressão sobre juízes independentes ou juízes de esquerda (…) que pretende concentrar todos os poderes no executivo, na própria acção do Presidente”, diz o Carlos Gaspar. “A própria expressão – ‘inimigo interno’ – é reveladora; não há inimigos internos na política democrática, há rivais, há adversários, mas não há inimigos. Isto é uma linguagem típica dos agentes totalitários. É uma espécie de bolchevique de direita que nos está a dizer aquilo que os bolcheviques originais nos diziam para os comunistas e para os nazis: ‘O inimigo interno é, obviamente, mais importante do que o inimigo externo’”. O objectivo desta “espécie de blitzkrieg”, explica o Carlos Gaspar, é “tornar as mudanças na política norte-americana irreversíveis nos próximos dois anos, antes das eleições intercalares”: “O Presidente Trump e o seu vice-presidente têm uma ideologia, um programa e um calendário para executar esse programa”. Sobre o ataque concreto às universidades dos EUA, um dos principais eixos do softpower norte-americano e da sua posição de liderança na investigação e na inovação científica a nível mundial, a Teresa de Sousa diz que o Governo de Trump quer “impedir o conhecimento autónomo e a verdade enquanto facto fundamental para o debate público” no país. “Passámos anos – no final do século passado e no princípio deste – a estudar as transições democráticas. Há muitos livros publicados [sobre o assunto], mas ainda há poucos estudos sobre as transições autoritárias. Na América, estas assumem uma profundidade e uma velocidade (…) que não imaginávamos como possível”, lamenta. Do escândalo do jornalista incluído num chat onde se discutiram planos de guerra contra os houthis, passámos para o Partido Democrata: a minoria nas duas câmaras do Congresso e as dificuldades em “digerir a derrota” nas eleições presidenciais do ano passado e em perceber as suas “razões”, ajudam a explicar o “silêncio” ensurdecedor do maior partido da oposição nos EUA face a tantas linhas vermelhas que estão a ser cruzadas pela Casa Branca. Mas há quem defenda, dentro dos democratas, que a estratégia a seguir é “fazerem-se de mortos” e esperar que os norte-americanos tenham “saudades” deles. Isto é viável? No episódio desta semana do podcast Diplomatas também debatemos os protestos na Turquia, iniciados com a detenção de Ekrem Imamoglu, presidente da Câmara de Istambul, apontado como principal rival de Recep Tayyip Erdogan. Classificando a Turquia como um “regime autoritário”, dominado por um “partido maioritário” que “manipula as eleições e que põe os principais dirigentes de composição na cadeia”, o Carlos Gaspar admite que as manifestações dos últimos dias “não têm precedentes” e podem “precipitar uma transição pós-autoritária” no país.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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    40 m
  • Acordo entre Trump e Putin ao telefone: “Não gostam da UE, não gostam da NATO e odeiam Zelensky”
    Mar 20 2025

    A muito aguardada chamada telefónica entre Donald Trump, Presidente dos Estados Unidos, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, na terça-feira, não trouxe nada de significativamente novo sobre o desenrolar da guerra na Ucrânia, sobre a estratégia militar de Moscovo ou sobre as prioridades da diplomacia da nova Administração norte-americana.

    A Rússia “aceitou” não atacar a infra-estrutura energética ucraniana durante 30 dias, mas mesmo essa “cedência” traz-lhe vantagens no campo de batalha: se Kiev fizer o mesmo, Moscovo pode reforçar as suas linhas e para impedir que os drones ucranianos bombardeiem as suas reservas de petróleo.

    “O resultado do telefonema foi muito simples: não há cessar-fogo. Quem acha que isto é um acordo ou é louco, ou está claramente a fazer o jogo de Putin. Trump reserva a pressão máxima para [Volodymyr] Zelensky e a pressão mínima ou ausência de pressão para Putin”, resume a Teresa de Sousa.

    “Há de facto um entendimento entre Trump e Putin”, acrescenta. “Não gostam da União Europeia e querem dividi-la; não gostam da NATO e querem dividi-la; aceitam ambos a ideia de um mundo dividido em zonas de influência pelas grandes potências internacionais – EUA, Rússia e China – (…) e ambos odeiam Zelensky, pela razão simples de que este lhes faz frente”.

    No episódio desta semana do podcast Diplomatas também conversámos sobre a aprovação da reforma do travão da dívida alemão, em vésperas do Conselho Europeu, que se realiza esta quinta-feira em Bruxelas.

    Segundo o Carlos Gaspar, trata-se de “sinal muito forte” de Berlim para a UE, para Putin “e para Trump”, já que permite que a Alemanha “ocupe o seu lugar no centro da concertação estratégica com a França e a Grã-Bretanha, que vai ser mais importante nos próximos tempos do que a UE a NATO.”

    Da Europa, passámos para o Médio Oriente: o regresso da guerra israelita na Faixa de Gaza, assume Carlos Gaspar, também tem uma “dimensão interna” – a necessidade de aprovação do Orçamento do Estado e de reforço da maioria do Governo de Benjamin Netanyahu –, mas enfatiza, sobretudo, que é “absolutamente indispensável que haja uma força internacional que garanta a segurança em Gaza e que impeça o Hamas de restaurar o reino de terror sobre os palestinianos.”

    Teresa de Sousa traça ainda um “paralelismo impressionante entre a lógica de actuação de Putin e de Netanyahu”, primeiro-ministro de Israel. “Netanyahu quer redesenhar um mapa do Médio Oriente a favor de Israel; e é esse o grande objectivo da sua ofensiva. Putin quer redesenhar um mapa de segurança europeia; é o principal objectivo da guerra da Ucrânia”, considera.

    “Ambos têm, de alguma maneira, o beneplácito da Administração americana; ambos têm como principal instrumento a guerra. Para os dois a guerra é fundamental; para os dois a guerra não vai parar”.

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    29 m
  • “Governo e oposição estão convencidos de que Portugal deixou de ser um actor na política internacional”
    Mar 14 2025

    Uma guerra na Europa. Uma Administração norte-americana isolacionista. Uma guerra comercial mundial ordenada a partir de Washington. Uma ordem mundial baseada em regras a desabar. Várias potências regionais a piscarem o olho à multipolaridade.

    É neste contexto que Portugal se prepara para novas eleições, na sequência do chumbo de uma moção de confiança ao Governo PSD-CDS por causa de um caso que envolve directamente o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e a sua empresa.

    Numa altura em que se está a “decidir o processo de reconstrução da Europa”, Carlos Gaspar questiona “quais são os objectivos de Portugal” e lamenta que os dois principais partidos políticos estejam “convencidos” de que o país “deixou de ser um actor na política internacional e europeia”.

    “Com ou sem eleições, nunca ouvimos os líderes do Governo e do principal partido da oposição falarem aos portugueses a verdade sobre a crise internacional”, concorda a Teresa de Sousa. “Vai haver uma campanha eleitoral em que, mais uma vez, não vamos ouvir nem o líder da oposição nem o líder do PSD falarem da crise e do que ela representa para a nossa vida, para a nossa segurança, para o nosso modo de vida e para a nossa democracia.”

    No episódio desta semana do podcast Diplomatas, discutiu-se a proposta de cessar-fogo de 30 dias na Ucrânia, as estratégias “paralelas” de Vladimir Putin e de Donald Trump e a guerra de tarifas que ameaça empresas e consumidores nos dois lados do Atlântico.

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    34 m
  • “Os europeus são o alvo prioritário da destruição” da ordem internacional em curso
    Mar 7 2025

    Em Bruxelas fala-se num “virar de página” e o virar de costas de Donald Trump à Europa, sacrificando a Ucrânia, está a fazer cair posições e princípios que se achavam imutáveis no campo do investimento em Defesa e em Segurança.

    Sem se importar com a dissonância húngara, o Conselho Europeu deu o seu aval ao plano de 800 mil milhões de euros, proposto por Von der Leyen para o sector militar e a Alemanha prepara-se para rever o “travão” da dívida.

    “Há aqui um susto, uma emergência que é nova”, justifica a Teresa de Sousa. Os europeus, sublinha, “entenderam finalmente” que “as intenções de Trump não estão nas entrelinhas; estão nas linhas, estão em tudo o que ele diz todos os dias.”

    “E nunca passou pela cabeça da Europa que ia haver um dia em que os EUA prefeririam aliar-se à Rússia contra ela”.

    Com a Europa focada na ameaça russa e no retraimento americano, a China juntou-se em Congresso para mostrar que está pronta para aproveitar a “belíssima oportunidade” concedida por Trump para se aproximar dos “aliados e parceiros” dos EUA.

    “Trump vai perceber que não tem condições, sozinho, por mais que esbraceje, para ombrear com a China”, alerta, no entanto, o Luís Tomé, professor catedrático e director do Departamento de Relações Internacionais da Universidade Autónoma de Lisboa.

    “Se nós, europeus, não percebermos que quem garantia uma certa ordem baseada em regras quer agora destruí-la, com Putin, se calhar vamos correr o risco de ver uma acumulação [dos EUA]: não só com a Rússia e com Putin, mas com a China de Xi Jinping.

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    39 m
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